França: aumento da repressão não contém mobilização contra reforma

Apesar do recrudescimento da repressão, os protestos contra a reforma das aposentadorias não recuam na França. Nesse dia 21 de outubro, enquanto a medida era discutida no Senado, algo em torno de 1 milhão de franceses protestavam nas ruas, principalmente estudantes.








• Só em Paris marcharam 15 mil estudantes nessa quinta. Até aqui as mobilizações estudantis eram puxadas sobretudo por secundaristas, já que as universidades estavam em férias. Com o retorno às aulas, os universitários devem também engrossar as fileiras da juventude que lutam ao lado dos trabalhadores contra os ataques de Sarkozy.

O governo, por sua vez, mantém irredutível e, além de ordenar o desbloqueio das refinarias, ocupadas pelos trabalhadores, determinou a aceleração da aprovação da reforma no Senado. Inicialmente prevista para ocorrer nesse dia 21, o governo espera votar a medida até essa sexta-feira, 22.


Repressão
Acuado pela entrada da juventude nos protestos, o governo francês vem aumentando a repressão e as prisões de manifestantes. Só nesse dia 21, foram presas 266 pessoas. Ao todo, até agora, 2.257 ativistas foram detidos, grande parte menores de idade. Após uma dura repressão policial em Lyon, Sarkozy lançou uma ameaça aos manifestantes: 

“Serão localizados, presos e castigados, tanto em Lyon como em outros lugares”

O movimento, porém, não dá sinais de que irá arrefecer. Continuam paralisadas 12 refinarias, o que afeta o abastecimento. Além disso, outros setores estão em greve por tempo indeterminado. “O movimento vai muito além das duas áreas destacadas pela mídia”, afirma a Central “Solidaire”, destacando que as paralisações atingem tanto setores públicos como privados.



Segundo a central, vinte fábricas de borracha estão paradas, incluindo grandes multinacionais como a Goodyear e a Michelin. Empresas de energia e instalações de gás também estão paralisadas. O transporte urbano está parcialmente parado em diversas regiões e, em todo o país, os caminhoneiros organizam bloqueios.

Sarkozy aposta na aprovação da medida nesste dia 22 e no próximo feriado para desmobilizar os protestos. Já a direção dos principais sindicatos convocaram novas jornadas de lutas para os dias 28 de outubro e 6 de novembro. A juventude os trabalhadores, porém, podem não esperar.
Fonte: PSTU