29/11/2010

José de Anchieta: O Elogio ao Genocídio Étnico

Mário Maestri
Em Os feitos de Mem de Sá, José de Anchieta defende a visão de uma América habitada por seres semi-bestializados, devido à ação do Príncipe das Trevas e, portanto, ignorantes do verbo divino. Com o cristianismo, o “cão feroz”, “sem a menor lei”, que “roia ossos humanos”, subjugado por Mem de Sá, tornava-se já ser de “coração” “manso”. A obra meritória do governador-geral garantira-lhe um “trono” no “céu”, se não fosse ingrato, desconhecendo-a como resultado da ção divina. “[...] houve nas terras do Sul uma nação que dobrara a cabeça ao jugo do tirano infernal, e levava uma vida”, na miséria e na crueldade, saciando o “ávido ventre com carnes humanas”. Mas “o pai onipotente volveu os olhares dos reinos da luz à noite das regiões brasileiras”, mandando-lhe “um herói das plagas do Norte” “que vingasse os crimes nefandos”, acabando com guerras e maldades. Continua..

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